sábado, 16 de janeiro de 2010

E-mail enviado para o Psiquiatra

Dr Ricardo...eu acho que tem uma coisa que você precisa saber, eu tenho 22 anos, há 22 dois anos eu estou viva...mas eu devo ter acumulado idade das vidas passadas, porque a cada dia que passa eu tenho mais certeza de que sou uma velha e chata. Sendo BEM SINCERA...eu dúvido que você me analise tanto quanto eu analiso as pessoas ao meu redor. Não estou falando de analisar a roupa da pessoa, se ela está na moda ou cafona, é claro que pela maneira da pessoa se vestir maquiar e arrumar o cabelo você já pode ter uma idéia de como a pessoa está se sentindo ou o que ela está pensando. Mas eu analiso o comportamento das pessoas, não só dos meus amigos, mas principalmente deles, eu analiso cada movimento, analiso o que eles olham, para quem eles sorriem, quem eles cumprimentam. Eu analiso tudo. E sempre chego a uma conclusao: Eu nasci na época errada, porque eu não consigo me acostumar e me adaptar com toda essa modernidade e liberdade que as pessoas tem. Eu confesso que de vez em quando eu tomo minhas cervejinhas, moderadamento, mesmo sabendo das consequencias, mas nunca, em nenhum momento de todas as vezes que eu bebi, eu passei a acreditar que tinha uma mola na minha bunda e comecei rebolar descontroladamente, ou então ficar atrás de um homem me esfregando nele. Eu confesso, eu fico horrorizada. E isso vai de menininhas de 15 anos até mulheres mais velhas que já foram por anos casadas e tem filhos e simplesmente não sabem se comportar. Eu tenho uma amiga, que eu adoro ela, tenho um carinho muito grande e há anos nos conhecemos, mas nos ultimos anos ela tem andado em más companhias, ontem eu fui num barzinho e ela e as novas amigas chegaram e ficaram na minha mesa...eu fui pro outro lado da mesa, por já comecei me sentir mal de ficar ali, de repente, o irmão dela olha bem na minha cara e diz assim: ai Eme você é muito comportada. Eu respirei fundo e dei uma risadinha pra não dizer: Eu não tenho culpa por a tua irmã ter virado uma puta com o passar dos anos e eu não. Se você apoia esse comportamento meu irmão e meus pais não apoiariam. É o fim do mundo, eu estou de boca aberta, apavorada. Embora eu seja da mesma geração da maioria das minhas amigas, e seja uma pessoa cheia de medos e me considere uma pessoa covarde, é lógico que eu não vou demonstrar e admitir isso pra ninguém que não seja você que é meu psiquiatra, mas assim, eu ainda me considero uma mulher independente, corajosa, de atitude, pago minhas contas tenhos meus planos, dirijo, vou onde quero, não preciso de ninguém pra pagar minha entrada ou a minha bebida, defendo meu ponto de vista (até demais), e pra mim, ser uma mulher de verdade é isso, ser independente e lutar por aquilo que acredita. Mas ao meu ver, ser mulher de verdade não é ter atitude e passar a mão na bunda de um homem no meio de uma festa, não é ficar encarando o cara até ele perceber que ela ta olhando, quando eu percebo que tem alguém me olhando eu me sinto envergonhada e procuro ficar de costas, mas eu ainda sou do tipo que espero que o homem venha falar comigo, e sabe, a vulgaridade virou moda, nas pequenas e grandes cidades, qualquer idade (pelo menos as que frequentam as mesmas festas que eu) estão seguindo essa tendência. Acho que é por isso que eu me sinto um peixo fora d'agua no mundo que eu vivo, e é por isso que principalmente nos últimos meses, eu vou pras festas e os meus amigos me perguntam se está tudo bem comigo, se estou passando mal, mas eu não consigo me sentir a vontade, não consigo nem quero ser como essa gente. E sendo bem sincera, bem dramatica, eu prefiro viver isolada do mundo, uma verdadeira solidão, do que me igualar a eles, e não é só pela minha família, ou pelo que os outros vão pensar, mas é que eu acredito que esse tipo de conduta seja errada, não combina comigo. E daí eu vivo assim: indignada, daqui uns dias eu vou ter que voltar no ortodonto por problemas na arituculação de tanto ficar com a boca aberta. Agora eu acredito que tá chegando perto do fim do mundo!

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