terça-feira, 5 de abril de 2011

e quem disse que sonhar é bom?

Sobre o que eu sonhei, ou seria, o pesadelo que tive? – Pra amanhecer hoje eu tive um sonho ruim, sonhei que estava morta, não foi a primeira vez que sonhei com isso, mas dessa vez foi diferente, dessa vez fez diferença. Além de estar morta, sonhei que estava indo para o inferno, e a pessoa mais importante da minha vida, já morto também, viera me buscar, e assim fomos, de mãos dadas, como era antigamente a todo lugar que íamos juntos. Eu estava feliz. Estava entrando em uma fila (será que no inferno de verdade existem filas?), para descobrir o por que de ter acontecido muitas coisas na minha vida. Perguntei muita coisa, mas a primeira pergunta foi: “Por que nós não demos certo? Por que acabou?” A resposta foi totalmente diferente do que algum dia eu imaginaria ouvir, nesse caso ler, pois recebi um papel impresso a nossa foto (a preferida) escrito: “ Porque você quis assim, você escolheu que fosse assim” – Pausa para o Eder dizer que eu poderia voltar a respirar – Meu, como assim eu escolhi, eu quis assim, eu não queria. A minha alma chegou parar quando ele quis acabar comigo, eu parei de respirar naquele momento e acredito que fiquei dois minutos sem entender o que estava acontecendo, apenas revendo cenas que para mim eram perfeitas. Como que alguém que mal me conhece me diz uma loucura dessas? Não tem sentido algum. Eu não queria. E eu comecei chorar. Então o Eder diz que eu não deveria me preocupar mais com essas coisas, que agora eu estava bem, com ele de novo, que ele cuidaria de mim como antigamente, que eu não ia mais chorar. E eu lembro que andava pelo “inferno branco” pois ele era todo branco, as pessoas se vestiam de branco, e não lembrava do restante da minha vida aqui, só dele, não tinha cabimento aquilo. E eu acordei, angustiada, agoniada, com vontade de chorar, e chorei, sentindo o perfume do Eder em mim. Fui caminhar lá fora, sentei no beiral da garagem, e fiquei, horas sentada, pensando, lembrando, sentindo saudades e chorando. Quando começou amanhecer eu voltei pra dentro, tomei um banho, tomei um café bem forte, re-vi fotos, enfim, bom dia! Meu dia começa! Minha angústia e minha tristeza continuam, firmes e fortes. Olhos vermelhos, crises de choro, crises de tudo. Meu sistema nervoso toma conta. Não posso tomar remédio, hoje não. Almoço, choro, deito, levanto, tomo outro banho e remexo em textos antigos salvos no computador. Escuto músicas afins com o momento, que me lembram as pessoas citadas, que aumentam a dor, a saudade, à tristeza, às lágrimas. Chega a noite, continuo revendo os textos e ouvindo as mesmas músicas. Agora escrevo, escrevo pra tentar desabafar, já que não tenho com quem falar, não sei se gostaria de falar com alguém sobre isso, não agora, não hoje, não enquanto não entendo o que está acontecendo. Essa noite tem tudo para ser longa. Mais longa do que está sendo. Alguém me ligou, eu não quis sair, tive vontade de vê-lo, não tive coragem de dizer, mas não estava afim de ver mais ninguém, só ele. Eu não fui. Agora me arrependo, e acho que arrumei problemas para resolver na segunda-feira, tudo bem, vamos ver isso como “apenas mais um problema”, só para não piorar a minha noite (embora agora ele também não saia da minha cabeça). Ai, - fica em silêncio e ouve: (...) ouviu? Foi meu suspiro eu não sei o que dizer e então eu fico assim, em silêncio, só suspirando. – Como eu queria dormir (sem sonhar) e acordar amanhã sem lembrar do que aconteceu hoje, mas não sei se vou dormir, tenho medo de sonhar, tenho medo de chorar de novo. Acho que só posso fazer uma coisa, parar de escrever, trocar de músicas, - que tal Super Duper Love? A tradução é meio sugestiva se levar em conta a pessoa que me ligou, mas ela é mais animada. – tomar mais um café, e encontrar alguém nessa minha longa lista de contatos pra falar besteiras, falar merda mesmo, jogar conversa fora. E esperar o dia amanhecer, nem vai demorar muito mesmo, afinal, já passa de meia noite, então, posso considerar já ser um novo dia. Mas não, hoje eu não vou dormir.