domingo, 31 de janeiro de 2010

Caio Fernando Abreu
"Isso tudo nunca foi pra mim, nunca funcionou, é sempre eu que caio, de amores, ilusões, dores e no final de tudo eu fico aqui, esperando esse trem, pra me levar para a proxima estação, onde eu possa finalmente criar uma nova ficção na minha cabeça, uma nova atração para os meus olhos, uma nova paixão pro coração, e quem sabe, um final pra este roteiro."

sábado, 30 de janeiro de 2010

Caio Fernando Abreu
"Tequila, café e cigarros exatamente nessa ordem me preenchiam. Aquela velha história do amigo engarrafado me era completamente aplicável, não havia companhia melhor. Porque eu não desejava conversar, pessoas se preocupam demasiadamente e eu não precisava de especulações, conversas enfadonhas e repetir tudo o que estava acontecendo comigo. Não. Eu não quero falar sobre isso. Isso o quê? Se eu tivesse noção do que era. Acontece que esses dias estão tortuosos e eu não desejo levantar-me daqui, a poltrona já adquiriu o formato do meu quadril e a TV me dá o entretenimento necessário para continuar trancafiada aqui. Sossego é o que eu quero. Desde que ele fora embora eu ouço versos que me falam sobre amores arruinados, o coração já não bate, esquecera completamente o tal do Tum-tum-tum. Será que o coração bate assim? Há algum tempo que não sei como ele reage, porque os dias estão vazios. Sabe toda aquela ideologia de que é possível viver sozinho? Pois é. Acreditava nisso piamente porque ele estava ao meu lado, agora que se foi tudo é cinza. E eu chorei um oceano inteiro essa noite. Eu precisava esvaziar. Porra eu preciso ser internada."

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Caio Fernando Abreu

"Eu tenho uma sensação meio de amargura, de fracasso.
Você me entende?
Como se tivesse a obrigação de ter sido, ou tentado ser, outra pessoa."

sábado, 23 de janeiro de 2010

"...Há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que nem eu mesma compreendo. Pois estou longe de ser uma pessimista; sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada. Uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudade; sei lá de quê!"

(Florbela Espanca)

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Monstros

Existe um monstro ali. Escondido em cada passo em falso, em cada gesto inconsequente, em cada momento de desespero mal disfarçado...A vítima o abriga e nem se dá conta do fato. Oferecendo calor nas noites frias e brancas, nas noites vermelhas e sorridentes, nas noites quentes e desidratadas, nas noites lentas e anestesiadas, ela o alimenta. Existe um monstro ali. Ninguém percebe seu olhar guloso, seu olhar depressivo, seu olhar suicida...Alimentando-se da dor e da sedutora autodestruição ele cresce. Ele cresce. Seus irmãos sono e morte o ajudam silenciosamente, com subterfúgios, facilidades e regalias. O fechar de olhos momentâneo e inofensivo, o gás que impregnam e intoxica, o sono falso que nunca é desperto. A garagem, a cozinha, o banheiro...As lâminas, o aço, o ferro, o frasco de comprimidos. A água, o álcool, o fogo, a brasa, as cinzas...Facilidades...Amizades...Existe um monstro ali. Sim, sim. Faz um tempo que eu percebi. E eu o alimento. Eu o acaricio. Não tenho vergonha, nem peço ajuda. Espero o dia da mordida, o dia da fuga. Espero ansiosa, espero sem medo...Existe um monstro ali no espelho...

sábado, 16 de janeiro de 2010

P.S.

Depois do relato do ultimo post vc deve estar se perguntando pq eu continuo saindo?! Um motivo bem simples...q só estou escrevendo aqui pra deixar registrado mesmo. Não quero mais chorar. To cansada. Os meus olhos ficam o dia todo irritados. E se eu sair, eu não vou chorar. Pois como já disse aqui, meu orgulho n permite q eu fraqueje a tao ponto pra deixar alguem me ver chorando. Simples não? Por enquanto da funcionando.

E-mail enviado para o Psiquiatra

Dr Ricardo...eu acho que tem uma coisa que você precisa saber, eu tenho 22 anos, há 22 dois anos eu estou viva...mas eu devo ter acumulado idade das vidas passadas, porque a cada dia que passa eu tenho mais certeza de que sou uma velha e chata. Sendo BEM SINCERA...eu dúvido que você me analise tanto quanto eu analiso as pessoas ao meu redor. Não estou falando de analisar a roupa da pessoa, se ela está na moda ou cafona, é claro que pela maneira da pessoa se vestir maquiar e arrumar o cabelo você já pode ter uma idéia de como a pessoa está se sentindo ou o que ela está pensando. Mas eu analiso o comportamento das pessoas, não só dos meus amigos, mas principalmente deles, eu analiso cada movimento, analiso o que eles olham, para quem eles sorriem, quem eles cumprimentam. Eu analiso tudo. E sempre chego a uma conclusao: Eu nasci na época errada, porque eu não consigo me acostumar e me adaptar com toda essa modernidade e liberdade que as pessoas tem. Eu confesso que de vez em quando eu tomo minhas cervejinhas, moderadamento, mesmo sabendo das consequencias, mas nunca, em nenhum momento de todas as vezes que eu bebi, eu passei a acreditar que tinha uma mola na minha bunda e comecei rebolar descontroladamente, ou então ficar atrás de um homem me esfregando nele. Eu confesso, eu fico horrorizada. E isso vai de menininhas de 15 anos até mulheres mais velhas que já foram por anos casadas e tem filhos e simplesmente não sabem se comportar. Eu tenho uma amiga, que eu adoro ela, tenho um carinho muito grande e há anos nos conhecemos, mas nos ultimos anos ela tem andado em más companhias, ontem eu fui num barzinho e ela e as novas amigas chegaram e ficaram na minha mesa...eu fui pro outro lado da mesa, por já comecei me sentir mal de ficar ali, de repente, o irmão dela olha bem na minha cara e diz assim: ai Eme você é muito comportada. Eu respirei fundo e dei uma risadinha pra não dizer: Eu não tenho culpa por a tua irmã ter virado uma puta com o passar dos anos e eu não. Se você apoia esse comportamento meu irmão e meus pais não apoiariam. É o fim do mundo, eu estou de boca aberta, apavorada. Embora eu seja da mesma geração da maioria das minhas amigas, e seja uma pessoa cheia de medos e me considere uma pessoa covarde, é lógico que eu não vou demonstrar e admitir isso pra ninguém que não seja você que é meu psiquiatra, mas assim, eu ainda me considero uma mulher independente, corajosa, de atitude, pago minhas contas tenhos meus planos, dirijo, vou onde quero, não preciso de ninguém pra pagar minha entrada ou a minha bebida, defendo meu ponto de vista (até demais), e pra mim, ser uma mulher de verdade é isso, ser independente e lutar por aquilo que acredita. Mas ao meu ver, ser mulher de verdade não é ter atitude e passar a mão na bunda de um homem no meio de uma festa, não é ficar encarando o cara até ele perceber que ela ta olhando, quando eu percebo que tem alguém me olhando eu me sinto envergonhada e procuro ficar de costas, mas eu ainda sou do tipo que espero que o homem venha falar comigo, e sabe, a vulgaridade virou moda, nas pequenas e grandes cidades, qualquer idade (pelo menos as que frequentam as mesmas festas que eu) estão seguindo essa tendência. Acho que é por isso que eu me sinto um peixo fora d'agua no mundo que eu vivo, e é por isso que principalmente nos últimos meses, eu vou pras festas e os meus amigos me perguntam se está tudo bem comigo, se estou passando mal, mas eu não consigo me sentir a vontade, não consigo nem quero ser como essa gente. E sendo bem sincera, bem dramatica, eu prefiro viver isolada do mundo, uma verdadeira solidão, do que me igualar a eles, e não é só pela minha família, ou pelo que os outros vão pensar, mas é que eu acredito que esse tipo de conduta seja errada, não combina comigo. E daí eu vivo assim: indignada, daqui uns dias eu vou ter que voltar no ortodonto por problemas na arituculação de tanto ficar com a boca aberta. Agora eu acredito que tá chegando perto do fim do mundo!

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010


...Então recomeça o ciclo. Um pouco aqui. Um pouco ali. Noites sem dormir. Momentos sem sorrir...A falta toma conta. A inércia parece normal. Uma insônia infernal. Quando foi que "inofensivo" tornou-se mortal? Mas isso não é presente. Não te desesperes. Quando estás ausente, existe sim, o perigo sempre real e constante. Mas ao teu lado ele está contente, será o suficiente? Parece um recomeçar constante, um fim (de novo) decadente. Um bem estar inconsciente. Chega destes "entes", destas rimas exaustivas e frequentes...Existe um passado que parece sempre inacabado. Que sempre o força a tentar o impensado, a ferir seu ser amado. Ele, sim, ele... o pecado. Não...não é pecado. É um ato impensado. Condensado...Ah! Chega de "ados" e fados e fardos! Falarei a verdade: ele não está mais contente. Ele não vai mais recomeçar nada. Ele não vai...voltar...Não foi suficiente, a ausência foi muito grande, o vazio ganhou. O vazio o levou. Sua lápide é o que restou.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Eu por mim mesma


Não gosto de ser comum, não procuro ser diferente, não quero ser alguém que não a mim mesma. Não suporto fingir, não sou de levar desaforo, não fico calmar, não deixo rolar, não tenho paciência, não nego o que sou. Não sei esconder o que sinto, não tenho medo de dizer o que quero. Não calo, não abraço quem não quero, não faço nada que não quero. Não minto para ser bacana, não curto coisas da moda, não mudo meu jeito. Não me importo com o que pensam, não gosto de rimas, não estou nem aí pro mundo certinho, não me comporto como uma sombra, não consigo adiar minha felicidade, não mascaro meus desejos. Não deixo nada, nunca, pra depois. Não penso em casamento, nunca aprendi amar direito, não quero envelhecer, adoro a solidão. Não despenso meus amigos, NÃO detesto samba, não me envergonho das escolhas que fiz e faço. Não sou mais tão jovem (?), não tenho elasticidade, não gosto de ser repreendida, não me importo de ser quem eu sou. Não tenho mais tempo pra muitas coisas, não tenho mais fôlego, não deixo de sorrir quando me faz bem. Não seguro lágrimas, não disfarço antipatia, não controlo minhas grosserias. Não guardo minhas bobagens. Não aprendo com os erros. Não perdoo ingratidão, não tenho um gênio fácil, não sou bem humorada. Não esqueço (de nada), não ignoro quem me ajuda, não abandono quem me ampara, não fico bem sem cafuné. Não reparo em carros, não dou a mínima pra status, não gosto de esperar. Não me importo com minha bagunça, não vivo sem minhas lembranças. Não leio poesia barata, não gosto de romances cotidianos. "Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer nada. A parte disso, tenho em mim todos os sonhos do mundo."

Prazer em ser o oposto! Se decepcinou? Em frente e siga em frente...ou não!
A cada dia que passa uma parte do meu coração se despedaça querendo encontrar uma solução para que sirva de consolação. Na vida toda perda é como uma desgraça pois nela as verdadeiras amizades são escaças. Pior que viver na solidão é não ter verdadeiros amigos em nosso coração. Dia a dia uma amargura em mim vai crescendo e a alegria e a motivação em minha mente vão se perdendo. Em pensar que poderei nunca mais te ver, e não ter você ao meu lado para me entender. Mas a vida é muito mais que perdas e sofrimento, muito mais que desilusões e traições. É como um jardim de memórias e sentimentos, eternizados por amigos que fertilizam nosso corações!

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Já sei namorar...ou não?


Eu definitivamente não sei ainda se consigo namorar (mini-flashback) Pensando bem, eu acho que nunca consegui namorar sério. Minha família conheceu um ou dois baniradis e quando o relacionamento comoçava ficar grudento demais eu sempre dava um jeito de sair fora. Será que ainda tenho salvação? Jesus me chicoteia rs! O problema é comigo, eu sei. Eu odeio dar satisfação, não suporto ser cobrada ou pressionada, e o pior, eu teria que abrir mão de muita coisa. É eu sei que falo isso agora mas quando aparecer a pessoa certa tudo muda e bla bla bla...O problema é que eu preciso achar a pessoa errada, porque certo não combina comigo...Abafa! [E agora? Quem poderá me defender? O Chapolim Colorado?] hehehe

domingo, 10 de janeiro de 2010

2005


Um dia assim, de chuva, frio e todos aqueles componentes que seriam perfeitos, se você estivesse aqui comigo. Cada gota de chuva corresponde a cada lágrima que de minha face insiste em cair. Fecho meus olhos e me ponho a imaginar você me abraçando a cada soprar de vento gélido, mas o frio congela, trazendo consigo a saudade que insiste em ficar. Hoje percebo o quanto a nossa brincadeira tornou-se séria sem que nos descemos conta, principalmente que com ela viria muitas conseqüências. O porque de começar, de continuar e de agora, o porque de terminar com essa brincadeira absurda tornou-se cada vez mais gritante. Eu sempre quis que você tivesse certeza das coisas, hoje apenas tenho certeza da falta que você faz, aquela que eu jamais imaginei por ti sentir. Você, que sempre foi aquele que eu nunca imaginei um dia querer ao meu lado, mas o que me resta fazer? Nada. Absolutamente nada. Porque quando eu quis que você sew decidisse, na verdade eu tinha medo da sua resposta, e quando eu disse que a brincadeira tinha perdido a graça, eu realmente estava com medo que ela ficasse séria demais. E porque cada vez que você me perguntava no que eu estava pensando e eu dizia que não estava pensando em nada, na verdade eu estava tentando fazer com que você lesse os meus olhos, que eu estava dizendo que não queria que aquele momento acabasse, que eu não queria que você saísse do meu lado e que eu te amava, exatamente do modo que eu não queria amar. E quando eu falei que a sua incerteza me causava insegurança, eu estava com medo que você percebesse que eu não era quem você queria, que não vinha de mim o que você esperava, e que eu não fazia a menor diferença na sua vida. Eu não vou te cobrar nada, apenas estou tentando dizer que fiz tudo o que estava ao meu alcance, e que agora, tudo aquilo que eu temia que você fizesse eu vou fazer. Saio da sua vida pela mesma porta que entrei. Sei que sentirei mais saudades do que nunca, mas eu sempre senti, afinal eu sempre estive sozinha não é mesmo? Mas lá na frente, quando eu conseguir dar aquela paradinha marota e olhar pra trás, não quero te ver de novo no mesmo lugar, sei que não aguentaria fazer sem que uma lágrima caisse. Agora eu vou, com a mesma vontade que semore tive de ficar, e é tão triste ver que dessa vez fomos nós a perder pelo simples fato de deixar nosso orgulho nos comandar e tomar conta da situação, colocando tudo a perder. Mas é sempre assim, e sempre será, enquanto um for indeciso e apenas o outro amar.

PS: Esse texto foi escrito pro...se em 2005 ja tinhamos problemas com o nosso orgulho...a separação não poderia ser por outra coisa.

03/05/05

Por mais que eu diga que não faz falta diferença a, a mim mesma não há como mentir. Porque eu aé tento fingir que não sinto falta, mas eu sinto! Um dia alguém me disse que não podemos sentir falta daquilo que nunca tivemos, e eu com isso? Nada na minha vida fez muito sentido, eu nunca segui regras, aliás, a única regra que funciona comigo é: sem regras. Agora eu fico aqui, quebrando a cabeça pra tentar descobrir como foi que chegamos aqui, porque brigamos? Por que? Por que? Chega! Não aguento mais perguntar e não obter respostas. Mas tudo isso tem um nome: burrice! É isso aí Não há outro nome que defina tão bem. Brigamos e dizemos tantas coisas acreditando que não vai doer, mas passa o tempo e nos vemos sozinhos, vem a vontade de chorar baixinho e o desejo triste de pedir pra voltar...

sábado, 9 de janeiro de 2010


Paro e olho minha vida, minha vida pela janela. Olho o que acontece com ela por trás do vidro, uma janela velha, enferrujada, vejo minha vida passando. Acabando. Sinto que quanto mais eu corro, mais permaneço no mesmo lugar. Eu prometi que mudaria as coisas, a situação, mas ainda não consigo mudar a mim mesma, não consigo se quer, parar de chorar. Coisas e pessoas ainda me machucam, saudades me sufocam...e eu me afogo com essa solidão proposital e medo fora do normal. Não é que a vida tenha sido injusta, eu quis muito uma coisa, e eu consegui, só que agora perdeu a graça e eu não quero mais. Eu só quero o impossível: a minha vida de volta. A minha alegria de viver e amar as pessoas da forma que elas merecem, eu preciso aprender a gostar da minha própria companhia e perder o medo de ficar sozinha comigo mesma. O meu mundo não é nada mais do que aquilo que eu mesma construí, ou seja, um buraco sem fim. Eu olho pessoas que me amam, que me olham e me cuidam, e eu não consigo me sentir totalmente preenchida. Eu sei que pessoas normais continuam a trajetória normalmente passado alguns dias...se passaram anos e eu continuo igual, eu minto a mim mesma, eu tento de tudo e eu não consigo admitir que agora estou sozinha, que agora ninguém vai me segurar, ninguém vai tomar as dores por mim, ninguém vai me defender, ninguém dará a própria vida por mim. Eu sinto falta do que eu fui, do que eu era. Eu era feliz. É dificil acreditar que essa pessoa que hoje só chora e vive pequenos instantes de alegria, um dia, foi feliz completamente. É difícil admitir que se quer estar lá. E daí que tudo isso não seja suficiente? Não interessa quantas roupas, carros, ou qualquer outra coisa que seja você tenha quando não se tem o mais importante, que pra mim, é ele. Eu já tentei de tudo o que eu sabia que poderia ter feito, quando me ferraram eu levei a pessoa pro buraco comigo, quando eu vi alguém se fodendo, ao invés de tomar as dores e a culpa, eu sentei e dei risada, não me estressei tentando ajudar alguém que jamais me ajudaria, eu tirei sangue da pessoa que me causou tudo isso e eu me senti feliz! Eu dei valor a quem me deu valor, eu mandei se foder quem me fez chorar. Eu virei as costas a quem me fez sofrer. E eu paguei a muito gente com a mesma moeda. E eu realmente me senti bem por isso. Vingança? Sim e daí? Eu sempre fui assim e por muito tempo estava escondendo isso...e pra que? Me senti feliz? Não! Então ta na hora de gritar, expor a bunda na janela e gritar o quanto eu odeio muita gente, mandar calar a boca quando me irritam. Chega de ser educada e delicada. Quem está morrendo por causa disso sou eu! Chega de me estressar...se fosse fácil assim...se tudo isso diminuisse o vazio e a falta que ele faz. Aprendi assim, a nunca mais me apegar a alguém, a nunca mais querer dividir a minha vida com alguém. Porque eu não terei tempo de fazer isso. Eu sei que a vida é muito mais do que isso, para os outros. Pra mim não. Ninguém vai entender por completo o que eu digo, penso e sinto. Porque ninguém viveu o que eu vivi. Eu minto. Sim eu minto, eu menti quando disse que não queria mais isso, mas eu quero, como eu quero, porque eu não sei continuar sozinha, eu não sei pra que lado ir, que escolha fazer, e eu preciso que alguém me diga. Eu preciso de alguém segure firme o meu pescoço com a mão e diga que ficará tudo bem, que me de colo e me deixe chorar. Chorar aquilo que eu não sei colocar em palavras, porque meu dicionário é muito pequeno pra tudo aquilo que eu preciso expor ao mundo, que eu preciso gritar. Eu ainda escuto barulhos pela casa, vozes e pessoas caminhando, sinto presenças de pessoas que não estão aqui, e jamais estarão. Sinto perfumes que não existem mais. Quero pessoas. Me sinto bem em lugares estranhos. E sinto uma enorme vontade de ir. Pra onde? Eu não sei. Mas quero ir, pra longe, pro alto, pra frente, não, acho que eu preciso ir pro lado, eu não quero que ninguém mais me acompanhe, e todos vão pra frente, eu preciso ir pro lado, estar sozinha no meio da multidão. Medo de sentir medo. Medo do claro e do escuro. Medo de perder a presença dele. Eu não sei até onde eu irei com isso, eu não sei o que eu vou conseguir com isso. Eu tento preencher esse vazio de todas as formas, e eu me frustro porque eu não consigo.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Para: (...) ouviu? foi o meu suspiro, ando sem saber o que dizer aí eu suspiro...


Pois é, mesmo que eu soubesse o que dizer eu não diria. MALDITA mania de não confiar nas pessoas e não conseguir desabafar com ninguém. Hoje to naqueles dias onde eu sinto vontade de ir no meio do mato e gritar, até me sentir vazia. Acho que é isso, to igual um balão prestes a explodir, se alguem abrir a boca dele e soltar o ar ele não explode. Talvez se eu gritar...falar...não vá explodir também. Acho que isso tudo é saudade do meu psiquiatra...é obvio né...ele é pago pra me ouvir e me assitir chorar, até porque eu só converso com ele porque finjo acreditar que ele é pago pra me ouvir e ficar quieto, nao contar pra ninguém. Porque meu orgulho é tão grande que eu não consigo nem chorar na frente dos outros. Sabe...eu sempre acreditei que se eu me afastasse totalmente dele, não visse e não tivesse noticias ia doer menos e eu ia esquecer mais fácil e mais rápido. Mas eu to vendo que eu me enganei. Eu não sei, mas acho que se eu soubesse um pouco dele, se ele tá bem, o que tem feito...ia amenisar. Eu que sempre me preocupei tanto com ele...se tava se alimentando direito, dormindo direito...se tava feliz...e hoje? Eu acho que hoje eu não sei mais quem ele é, quem ele se tornou. Ahh pra que escrever tanto aqui...:( da pra ver q nao sou normal...uma pessoa normal n desabafa com um blog. Desabafa com pessoas. Uma vez um amigo me disse que poetas não podem ser felizes...porque assim eles não teriam motivos para escrever e a poesia perderia toda a graça...e eu to começando a acreditar nisso...
Você sempre dizia: a minha mão estará sempre ao alcance da sua...e agora...eu estico o braço...e não tenho mais ninguém pra me segurar...pra não me deixar cair dessa corda bamba.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Aos 22 anos e meio eu sou uma velha!


Como diz a música: "Um belo dia resolvi mudar, e fazer tudo o que eu queria fazer..." Mas aí já era tarde demais. Aí eu percebi que algumas doces que existiam na minha infância e adolescência já não existem mais, e os que existem, já não tem mais o mesmo gosto. Descobri que toda aquela alegria e emoção que eu senti há mais ou menos dois anos atrás por tomar um banho de chuva, não foi a mesma que eu senti ontem quando tomei um. Porque antes, eu não me preocupava em que estado eu iria ficar, mas agora, eu me preocupava com o cabelo que iria desarrumar, a maquiagem que iria borrar, o calçado que iria estragar por entrar água. A transição acontece do momento em que você não se preocupa com nada com o momento que você passa a se preocupar com tudo, enfase no TUDO. E além de velha, eu percebi que estou velha e prática (leia-se: fria). De uma hora pra outra você percebe que está adulta e que ao mesmo tempo, suas amigas também estão. E enquanto as suas amigas da sua idade se preocupam em casar e ter filhos, tudo o que você quer é trabalhar, ganhar dinheiro, ter a sua casa, o seu carro, o seu cachorro e ser feliz, sozinha, sem ninguém pra encher o saco. Viu como estou velha?