terça-feira, 23 de março de 2010

Aceito doações

Se eu pudesse pedir um presente sabe o que eu pediria? Uma sonda, uma não, duas. Uma pra entrar alimentos e outra pra sair hehe...É sério. Acho que se o meu médico chegasse pra mim e dissesse que eu preciso ser internada de novo, olha, eu acho que dava um beijo nele de tão feliz que eu iria ficar. Ah, eu to cansada, mesmo, de verdade, muito, eu só não me jogo no chão e me movimento rastejando porque ia ficar muito feio. Falando nisso, se alguem quiser me doar uma cadeira de rodas também será bem aceita. Eu não consigo explicar o meu cansaço, no meu trabalho não requer esforços físicos, e eu gosto do meu trabalho, é a parte do dia que eu me sinto melhor. Sabe por que? Porque eu trabalho sozinha, meu chefe só fala comigo quando realmente é necessário, lá não vai muita gente, e eu to começando a desconfiar que estou apaixonada pelo computador, só pode, porque ele é minha única companhia. Nesses últimos dias ta bom ficar em casa, até porque parece que começaram entender que eu preciiiiiiso ficar sozinha, me sentir sozinha, então quando eu tenho a chance de tomar o meu chimarraozinho sozinha, sem ninguém pra fazer perguntas, querendo me contar do seu dia e querendo saber do meu, eu me sinto bem, eu poderia até dizer que sinto uma pontinha de alívio, até porque organizar as idéias pra ter uma conversa interessante está cada vez mais difícil. Mas é estranho, eu não me sinto feliz com gente ao meu redor, e me encomodo muito quando alguém resolve imitar um macaco na minha frente pra me fazer rir. Mas...quando eu estou sozinha...conversando comigo em pensamento, consertando o meu mundinho em pensamento... inumeras vezes eu me peguei com um sorrisinho meio camuflado, meio timido, depois me senti uma tonga por estar sorrindo sozinha, mas é assim que eu me sinto bem. Pena que ninguém entende. E enquanto ninguém me entende, eu vivo cercada de gente se acham importante ou que pelo menos vão me fazer bem (coitados). Minha mãe tem medo que eu tenha outra arritmia e esteja sozinha. Mal sabe ela que eu tenho certeza de que vou morrer em publico, no meio de muita gente. Foi assim que aconteceu a minha primeira arritmia, eu já esteva me sentindo mal antes de sair de casa...e lá...eu estava fazendo uma coisa que eu odeio, sorrindo e sendo simpatica e o pior, abraçando um monte de gente que eu mal conheço. Fazia muiiiiiiiito tempo que eu não me sentia tão deslocada em algum lugar. Minha mãe sempre acha que tem condições de deduzir sobre o que vai me deixar pior, o que vai me matar mais ligeiro, mal sabe ela...Como diz meu psquiatra o que a cabeça não resolve o corpo sofre. Eu não sei explicar, mas eu queria muito sair daqui, pro meu bem e pro bem de todo mundo, porque sabe,da outra vez eu até voltei a falar com meu pai e fingir q tava tudo bem, mas virava e mexia a gente se estranhava, aí as pessoas acham que eu vou coseguir dormir odiando e acordar amando, acham que eu tenho obrigaçao de perdoar de uma hora pra outra, mas eu nunca perdoei alguem, eu nem sei como que faz. Eu to no meu limite, eu me conheço, eu to avisando e ninguem ta dando bola, pra variar, acham que to falando pra chamar atenção, aí quanto mais forçam a barra com mais raiva dele eu fico, e sabe o que é pior? eu sei do meu limite. Não existe mais nem aquele fiozinho, tem um pelinho no lugar, e eu quase agredi ele uma vez, pra fazer uma besteira, eu não preciso de muito, e pode ser a qualquer momento.

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